quinta-feira, 26 de maio de 2011

Síntese da Lira dos Vinte Anos

Antes do falecimento do mais importante autor da poesia romântica da 2º geração, Álvares de Azevedo, foi escrito por ele uma obra composta por poesias chamada ‘Lira dos Vinte Anos’, cuja publicação só foi realizada após sua morte. Ela foi influenciada por algumas características dos escritores Lord Byron e Alfred Musset, devido a isso são poesias ultra-românticas, byronianas. A obra é dividida em duas partes caracterizando-a pela dualidade de Ariel x Caliban, na primeira parte predomina a poesia mais sentimental, em busca do amor (Ariel), tendo como exemplo um trecho do poema “Sonhando”: Na praia deserta que a lua branqueia,/Que mimo! que rosa! que filha de Deus!/Tão pálida... ao vê-la meu ser devaneia,/Sufoco nos lábios os hálitos meus! Já na segunda parte há o predomínio de poesias sarcásticas e irônicas (Caliban), sem abandonar os temas do amor e da morte, a exemplo um trecho do poema ‘Um Cadáver de Poeta’: Morrer! E resvalar na sepultura, Frias na fronte as ilusões! no peito /Quebrado o coração!/Nem saudades levar da vida impura /Onde arquejou de fome.../sem um leito!/Em treva e solidão! A terceira parte teve continuidade da poesia sonhadora e sentimental da primeira, com presença de descrições eróticas, um trecho relacionado com isso é do poema ‘Meu Desejo’: Meu desejo? era ser desse teu leito/De cambraia o lençol, o travesseiro/Com que velas o seio, onde repousas,/Solto o cabelo, o rosto feiticeiro....Essa obra poética devido à sua dualidade ,que só a enriquece, é considerada de alto nível, por isso é lida até os dias atuais.
“A poesia é de certo uma loucura”
A Lira dos Vinte Anos compõe-se do que há de melhor na produção de Álvares de Azevedo. Estruturalmente divide-se em três partes ; mas do ponto de vista temático, em apenas duas. Por quê?
A primeira e terceira partes têm temas assemelhados: a morte, a família, os temas da adolescência, o sonho, a religiosidade, a forma feminina como obsessão; a segunda parte, no entanto, traz o irônico, o “satânico”, a mulher, ainda que em sonho, aproximada do erótico, carnal.
 
Por Samuel dos Santos Shiguemoto


Dividida em três partes, Lira dos Vinte Anos é um marco do chamado ultra-romantismo. A primeira parte é marcada pela idealização gigantesca da mulher e do amor, a presença constante da idéia da morte próxima e religiosidade. Como especificado no segundo prefácio, a primeira parte é mais Ariel e a segunda Caliban. Esta Segunda parte contém uma poesia mais sombria, povoada de cadáveres, mulheres (melhor dizer vultos) e festas boêmias, com até certo escárnio em alguns poemas; há também uma peça de teatro (Boêmios, ato único de uma comédia não escrita). Já a terceira parte mistura um pouco das duas anteriores, muito mais a da primeira que a da outra, com uma irregularidade típica do autor. A obra é toda marcada pela influência dos autores estrangeiros como Musset e Byron (este último e sua obra é presença constante nas poesias e epígrafes). Álvares de Azevedo é um dos vultos exponenciais do Romantismo. Embora tenha morrido aos vinte anos, produziu uma obra poética de alto nível, deixando registrada a sua incapacidade de adaptação ao mundo real e sua capacidade de elevar-se a outras esferas através do sonho e da fantasia para, por fim, refugiar-se na morte, certo de aí encontrar a paz tão almejada.

Por  Notiline Conhecimento

http://pt.shvoong.com/books/502751-lira-dos-vinte-anos/

Comentários da obra Lira dos Vinte Anos

O estudo foi dividido em três capítulos, sendo que o primeiro fará um levantamento do Romantismo, enquanto escola literária, bem como a manifestação do ser romântico, abordando o estudo do eu-lírico caracterizado pela dualidade de Ariel X Caliban. O segundo capítulo tratará do erotismo, do modo como se manifesta, do modo como o eu-lírico o representa em sua escritura. O terceiro capítulo destacará a análise poética do erotismo manifestado nos poemas da Lira. Finalmente, o erotismo configura-se na obra, por um ímpeto desejo amoroso do eu-lírico, que cria um novo lugar, no qual o imaginário e o real se fundem numa perfeita harmonia, cuja metáfora utilizada é capaz de promover um novo ambiente, capaz de comportar o imaginário (eu) e o real (outro), de modo a evidenciar que o erotismo-romântico é mais que uma manifestação humana, é uma manifestação do íntimo do eu-lírico que, ao perceber-se no mundo, canta os seus sentimentos amorosos ao observar a amada.

Por Gisele Aparecida Ribeiro


http://www.academicoo.com/tese-dissertacao/o-desvelar-do-erotismo-na-lira-dos-vinte-anos-de-alvares-de-azevedo

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Álvares de Azevedo - Biografia




Álvares de Azevedo
Filho de Inácio Manuel Álvarez de Azevedo e Maria Luísa Mota Azevedo, passou a infância no Rio de Janeiro, onde iniciou seus estudos. Voltou a São Paulo (1847) para estudar na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, onde desde logo ganhou fama por brilhantes e precoces produções literárias. Destacou-se pela facilidade de aprender línguas e pelo espírito jovial e sentimental.
Não concluiu o curso, pois foi acometido de uma tuberculose pulmonar nas férias de 1851-52, a qual foi agravada por um tumor na fossa ilíaca, ocasionado por uma queda de cavalo, falecendo aos 21 anos.Devido a sua morte prematura, todos os trabalhos de Álvares de Azevedo foram publicados postumamente como a Lira dos Vinte Anos (1853, antologia poética); Macário (1855, peça de teatro); Noite na Taverna (1855, contos) e O Conde Lopo (1886, poema épico que resta apenas em fragmentos hoje). Álvares de Azevedo também escreveu muitas cartas e ensaios e traduziu para o português quando estava na faculdade o poema Parisina, de Lorde Byron, e o quinto ato de Otelo, de William Shakespeare. Suas principais influências são: Lord Byron, Goethe, François-René de Chateaubriand, mas principalmente Alfred de Musset.
Ele é considerado o mais importante autor da 2º geração da poesia romântica, foi destaque como poeta mas também escreveu contos(góticos) e teatro.


http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81lvares_de_Azevedo